Longboard é sinônimo de amizade no Paço Municipal de Mauá
- Daiane Gasparino
- 24 de set. de 2014
- 3 min de leitura
O esporte radical é usado para conhecer pessoas novas e ensiná-las a se divertir em cima da prancha
Já ouviu falar em longboard? Sabe o que é? Quando surgiu? Diz a lenda que o esporte radical começou no Brasil, no Jardim Paulistano, em Sumaré, por volta de 1979, quando um morador do bairro foi passar uns dias nos Estados Unidos e trouxe a prancha na bagagem. Não tem como definir se isso é verdade ou não. Só se sabe que o long aportou em terras tupiniquins com o objetivo de dar uma nova dimensão ao skateboard.
E mesmo depois de algumas décadas, o esporte continua divertindo muitos e, de quebra, é usado para inserir jovens na sociedade. Um exemplo disso é o trabalho que um grupo de uma denominação evangélica da cidade de Mauá tem feito a pouco mais de um ano.
Em setembro do ano passado, durante uma conversa, jovens da Comunidade Casarão de Mauá perceberam que podiam usar o esporte a favor deles. Além de irem todo sábado até o Paço para andar, aliviar o stress da semana e relaxar um pouco, eles começaram a evangelizar as pessoas que frequentam o espaço.
O grupo “Dream Board” começou com poucas pessoas e, hoje já é possível contar com uma média de vinte frequentadores todos os sábados. Entre eles, crianças de 5 anos a adultos com 40 anos de idade. “Famílias inteiras vão até o Paço para praticar o esporte ou simplesmente para conversar”, conta Sony Henrique, 23 anos, que ficou sabendo do projeto através da amiga Monique Paulino.
Monique, 23, é uma das poucas garotas que abraçou a ideia de cara. Ela conta que já tinha tentado gostar de skate, mas que quando andou de longboard pela primeira vez, se apaixonou. “Não demorou muito e eu tive que montar um long para mim, era muito chato ter que revezar com os dos meus amigos. E agora ando direto, eu gosto muito.”
Existe alguma diferença entre skate e long? Sim, e ela vai além dos tamanhos. Materiais como shape (prancha), rodas e trucks (eixo do skate onde é fixo no shape e se encaixa as rodas) são diferentes. Muitas vezes, as rodas e os eixos são bastante incomuns em relação àquelas usadas nos skates de rua. Além de materiais empregados com durezas diferenciadas, eixos que fazem mais curvas (devido ao sistema de amortecedor) e rodas bem moles.
O Dream Board se aproxima de pessoas que estão por ali, se apresenta, ensina os que não sabem andar de long e aproveita para falar do amor de Deus. Como diz um famoso ditado popular: “une o útil ao agradável”.
“Aos poucos, fui pegando amor pelo projeto. É algo que me faz bem, já que as minhas semanas, normalmente, são trancadas em um escritório na frente do computador. Encontrei no long algo para me tirar da rotina e aliviar o stress. É como uma terapia para mim”, afirma Sony.
Através desses encontros, um dos integrantes, Julio Cesar Vicentini, 40 anos, teve a iniciativa de montar uma fábrica de shapes com o nome do grupo e vender os materiais fabricados. E com isso, ajudar crianças carentes que conhece através dos encontros.
E para quem se interessou, mora perto e quer conhecer a turma que anima o Paço Municipal de Mauá, é só aparecer aos sábados a partir das 10 horas da manhã. Levar o long e se divertir! E se não tiver o long, não se preocupe. A galera empresta e ensina as manobras. É só ir.
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